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Infectologistas alertam contra as doenças da época das chuvas

Data da notícia: 27/01/2012
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[IMG]http://www.correiopopular.net/LKN/Minhas Imagens/20120128d.jpg[/IMG] >Além da dengue, população deve tomar cuidado com infecções intestinais, leishmaniose e leptospirose.

(Josias Brito) A temporada de chuvas no início do ano traz à população doenças transmitidas pela presença de agentes infecciosos nas águas, com sintomas que podem demorar a surgir. Patologias como leptospirose, diarreias e até hepatite aumentam nesta época do ano e a população precisa estar atenta a sintomas como febre, dores e amarelamento da pele, que podem representar ameaças à saúde, mesmo depois de dias do contato com a água.
O perigo dos alagamentos existe por causa do acúmulo de lixo nas ruas e pela possibilidade de animais como ratos contaminarem a água com urina, além da presença de fezes humanas com vírus e bactérias. Médicos infectologistas do Hospital Municipal de Ji-Paraná e também de hospitais particulares do município informaram que ainda não houve uma alta nos atendimentos, pois o período de incubação das patologias pode levar de 7 até 45 dias, dependendo da doença. "Nós ainda não observamos um aumento no número de atendimentos em geral, mas isso deve ocorrer em breve, ainda mais se as chuvas persistirem e continuarem ocorrendo alagamentos em algumas ruas da cidade", informaram.
Segundo o médico, um dos problemas de saúde mais comuns nesta época são os rotavírus, agentes virais associados às doenças diarréicas agudas e relacionados também às condições de higiene e saneamento básico. ?A infecção por rotavírus pode acontecer de forma subclínica, gerando episódios de diarréia que podem variar de um quadro leve, com diarréia líquida e duração limitada a quadros graves com febre, vômitos e desidratação?, explica os médicos.
Em geral, a recomendação após o contato com água em alagamentos é a limpeza do corpo e paciência. "O banho deve ser demorado, a pessoa deve procurar se limpar bem, mas sem nenhum produto diferente ou especial. Depois, a dica é ficar atento aos sintomas e evitar, na medida do possível, novos contatos diretos com as enchentes."
Os médicos também indicam o uso de botas e luvas para as pessoas que necessitam limpar casas invadidas pelos alagamentos, vias públicas e mesmo utensílios domésticos. "Mesmo feridas microscópicas podem ser portas de entrada para agentes como os causadores de leptospirose", afirma os médicos. "Seja em casa ou na rua, a pessoa também está sujeita a se machucar e aí também aparece o risco de doenças não diretamente ligadas à enchentes como o tétano."

PREVENÇÃO - Sobre a adoção de medidas preventivas, não existe nenhuma reconhecida pela comunidade médica que seja comprovada para prevenir a ameaça dos alagamentos. "É discutível se vale a pena ou não a administração de medicações profiláticas. É até possível de ser feito, mas não há trabalhos que garantam a eficácia", afirma os infectologistas.
Os especialistas também não recomendam a automedicação, já que a prática pode agravar quadros como os de diarréia. Sobre a dengue, a Semusa (Secretaria Municipal de Saúde) pede à população que redobre a atenção, adotando atitudes que possam eliminar os criadouros do mosquito. ?O controle da dengue exige uma ação ampla, envolvendo diversas áreas e a soma de esforços do poder público, da sociedade civil organizada e da população?, informou o Núcleo de Controle de Endemias. Apesar de registrar incidência muito pequena em Ji-Paraná, a leishmaniose visceral está associada à proliferação de mosquitos ? conhecidos como mosquito palha ou birigui ?, favorecida pelo período das chuvas. Em uma pessoa infectada, o parasita migra para órgãos como fígado, baço e medula óssea. Os sintomas incluem febre, perda de peso, anemia e inchaço significativo do fígado e baço. Além disso, humanos e animais infectados ? em ambiente urbano, o mal pode atingir cães ? são considerados reservatórios da doença, uma vez que o mosquito, ao sugar o sangue infectado, pode transmiti-lo a outros indivíduos ao picá-los.
Conforme o período chuvoso favorece o aumento de casos de leptospirose, muitas vezes, a urina de ratos contaminados é diluída na água e levada pela enxurrada. Ao entrar em contato com a pele humana, a bactéria acabar sendo transmitida.

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